quarta-feira, 12 de maio de 2010

Desafios da empresa prestadora de serviços de saúde

Diferenciação




Nestes dias de intensa concorrência de preços, as empresas de serviço de saúde freqüentemente se queixam da dificuldade de diferenciar seus serviços dos de seus concorrentes. Quando os clientes/pacientes consideram semelhantes os serviços de fornecedores diferentes, preocupam-se mais com o preço do que com o fornecedor. A solução é evitar ao máximo a concorrência de preços e para isso é preciso desenvolver um planejamento estratégico de oferta, fornecimento e imagem diferenciadas. Este planejamento é realizado com o conhecimento do marketing moderno, aplicado de forma ética no setor da saúde.


A oferta deve incluir aspectos inovadores para distingui-la das ofertas dos concorrentes.



A empresa que regularmente descobre inovações desejadas conquista uma série de vantagens temporárias, e através de sua reputação inovadora pode manter os clientes/pacientes que desejam a melhor qualidade de serviço.



Um exêmplo de oferta diferenciada é a clínica de odontologia que investe em um aparelho de laser para realizar o clareamento dental ou uso de diagnóstico por tomografia 3D.



Quanto ao fornecimento, pode ser diferenciado de três maneiras: através das pessoas, do ambiente físico e do processo.



A empresa de saúde pode distinguir-se contratando pessoas de contato com o público mais capazes e confiáveis do que aquelas de seus concorrentes; pode desenvolver um ambiente físico de qualidade superior onde são prestados os serviços, ou mesmo, onde são criados e processados os serviços, dentro do conceito de cuidar de quem cuida do paciente.



Qualidade



A chave é superar a expectativa do cliente quanto à qualidade de serviço, ou seja, prometer apenas o que puder fornecer (ou um pouco menos) e forneçer mais do que prometeu.



Se o serviço percebido de uma determinada empresa excede a expectativa do serviço, os clientes sentem-se inclinados a voltar à utilizá-la.



Mas, por maior que seja o empenho, mesmo as melhores empresas irão ter um erro! Pode ser atraso ocasional, um erro humano.



Embora sua clínica não possa evitar os problemas inteiramente, ela pode aprender a recuperar-se deles. E a boa recuperação de serviço pode transformar pacientes irados em clientes leais. Ou seja, conservar clientes é a melhor medida de qualidade – a capacidade de uma empresa de serviços de saúde de manter seus clientes/pacientes depende da coerência do valor que ela lhes proporciona. Em vista disso, enquanto a meta de qualidade industrial pode ser “zero defeitos”, a meta do prestador de serviços é “zero abandonos de pacientes”. E isso implica em desenvolver um processo de ouvidoria eficiente e dar aos funcionários capacidade e autonomia para resolver as queixas dos clientes.



Produtividade



Treinar melhor seus funcionários atuais ou contratar outros que trabalhem com mais afinco ou sejam mais eficientes pela mesma remuneração; ou adotar processos capazes de atender a mais clientes simultaneamente; são iniciativas que costumam aumentar a produtividade. Porem, prestadoras de serviços de saúde devem evitar atribuir demasiada ênfase à produtividade, pois isso pode comprometer a qualidade dos serviços.



Algumas medidas como treinamento dos funcionários, ajudam a nivelar a qualidade e aumentar a satisfação do paciente ou reduzir a chance de ele se decepcionar. Mas outras medidas levam a um excesso de padronização e privam seu paciente de receber uma solução personalizada. As tentativas de industrializar um serviço ou reduzir seus custos podem torná-lo mais eficiente a curto prazo mas reduzem sua capacidade a um prazo mais longo de inovar, manter a qualidade do serviço, ou responder às novas necessidades dos clientes. Em alguns casos, o prestador de serviço de saúde deve inclusive aceitar reduzir a produtividade para criar maior diferenciação e qualidade de serviço.



Com o conhecimento do marketing sob uma abordagem moderna e com a aplicação correta das suas ferramentas, respaldados por uma assistência de qualidade, que venha transmitir segurança e elevar o nível de confiabilidade, temos como resultado não somente a aceitação do marketing, mas também, seu reconhecimento como uma atividade indispensável à “saúde” das organizações do setor.



A utilização do marketing dentro dessa nova ótica é a única maneira de se atingir objetivos mercadológicos relativos a qualquer atividade. Porém, no que diz respeito aos serviços de saúde, isso passa a ser uma questão de sobrevivência.



Levando-se em conta que essa nova abordagem é ética em si mesma, não infringe o forte contexto ético e cultural existente na área de saúde.